Transplante Renal

O transplante renal é uma das opções para pacientes que possuem falência de função renal de forma definitiva.

É um procedimento cirúrgico realizado pela equipe de Urologia, que trabalha em conjunto com a Nefrologia para a adequada avaliação, indicação e cuidados pós-operatórios do paciente com problema renal crônico.

O transplante consiste na colocação de um rim doado por outra pessoa (doador) em um individuo no qual os rins não funcionam (receptor), para que este órgão transplantado assuma as funções necessárias, evitando outras formas de tratamento, com a hemodiálise e diálise peritoneal.

No Brasil, podemos ter dois tipos de doadores:

1. Doador vivo relacionado, ou seja, um parente até segundo grau (avós, netos, pai, mãe, irmão, tios, primos) ou cônjuge.

2. Doador falecido, isto é, o indivíduo em morte encefálica (morte cerebral irreversível), mantido vivo por aparelhos, e que a família autorizou a doação. O critério para quem será receptor do órgão do doador falecido é a compatibilidade, a qual é determinada por vários fatores, sendo os principais o tipo sanguíneo, antígenos de histocompatibilidade (HLA) e prova cruzada (CROSS – MATCH).

Para um paciente com problema renal crônico entrar em um programa de transplante renal, este deve ser submetido a uma avaliação rigorosa sobre suas condições clínicas, que é realizada inicialmente pelo nefrologista.

O procedimento cirúrgico é complexo e delicado e consiste no implante do rim doado no receptor, onde se cria um novo espaço no abdome, logo acima da bexiga e próximo as artérias e veias que levam e trazem o sangue dos membros inferiores. Realiza-se uma anastomose, unindo-se os vasos do receptor com os vasos do rim doado e também uma anastomose entre o ureter (canal que leva a urina) e a bexiga.

Um estudo realizado nos Estados Unidos com 80 mil doadores vivos relacionados demonstrou o baixo risco da cirurgia, que no Brasil melhora a qualidade de vida de aproximadamente 1800 pessoas por ano. O estudo mostra que pessoas que doam um dos rins, vivem tanto quanto quem permanece com os dois, ou seja, doar um rim não reduz a expectativa de vida do doador.

Hoje no Brasil, aproximadamente 35.000 pessoas necessitam de um rim, mas apenas 3 mil conseguem ser transplantadas anualmente. A cada ano a lista de espera aumenta mais, pois o número de transplantes ainda é menor que o número de novos casos de pessoas com falência renal.

O transplante é um tratamento que pode prolongar a vida com melhor qualidade. É uma forma de substituir um problema de saúde incontrolável, por outro, o qual se tem controle e com mais qualidade de vida. Porém, o transplantado exige cuidado médico constante e necessita usar medicamento pelo resto de sua vida.

O Dr. Leonardo Infantini Dini é membro das Equipes de Transplante Renal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Hospital Mãe de Deus que atendem pacientes de todo o estado e tem aumentado de forma significativa o número de transplantes renais a cada ano.

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